segunda-feira, 20 de maio de 2013

Resenha: A Lista Negra - Jennifer Brown


Sinopse: E se você desejasse a morte de uma pessoa e isso acontecesse? E se o assassino fosse alguém que você ama? O namorado de Valerie Leftman, Nick Levil, abriu fogo contra vários alunos na cantina da escola em que estudavam. Atingida ao tentar detê-lo, Valerie também acaba salvando a vida de uma colega que a maltratava, mas é responsabilizada pela tragédia por causa da lista que ajudou a criar. A lista com o nome dos estudantes que praticavam bullying contra os dois. A lista que ele usou para escolher seus alvos. Agora, ainda se recuperando do ferimento e do trauma, Val é forçada a enfrentar uma dura realidade ao voltar para a escola para terminar o Ensino Médio. Assombrada pela lembrança do namorado, que ainda ama, passando por problemas de relacionamento com a família, com os ex-amigos e a garota a quem salvou, Val deve enfrentar seus fantasmas e encontrar seu papel nessa história em que todos são, ao mesmo tempo, responsáveis e vítimas. A lista negra, de Jennifer Brown, é um romance instigante, que toca o leitor; leitura obrigatória, profunda e comovente. Um livro sobre bullying praticado dentro das escolas que provoca reflexões sobre as atitudes, responsabilidades e, principalmente, sobre o comportamento humano. Enfim, uma bela história sobre auto-conhecimento e o perdão.

Onde achamos que teremos apoio é onde menos vamos encontrá-lo.  

É muito difícil fazer uma resenha ou expressar uma opinião quando você lê um livro e odeia. Pior é quando você ama o livro e não consegue transformar os sentimentos em palavras. ''A Lista Negra'' me comoveu tanto que por mais que eu escreva mil folhas, eu nunca conseguiria expressar o impacto que o livro me causou. 

Trata-se sim de bullying, e por mais que você ache que esse assunto esteja batido, manjado e muito explorado, Jennifer Brown lhe mostra que a muito ainda do assunto para explorar. 

Valerie nunca imaginaria que uma brincadeira tomasse proporções que mudariam a sua vida e a vida de todos a sua volta de maneira drástica. Nick, seu namorado, costuma ser sua válvula de escape. Parecia ser a única pessoa que lhe entendia em meio a um ensino médio de pessoas intimidadoras que tratam seus sentimentos como lixo. Ou em meio a um lar atribulado por brigas entre os pais. 

Colocar o que você sente para fora parecia ser um grande desafio para o casal. Através de uma lista onde eles colocavam todas as coisas podres e pessoas merecedoras de ódio foi a forma que Valerie e Nick encontraram para descontar a raiva... ao menos foi o que Val pensou que seria. 

Digamos que no ápice de bullyings cometidos, acontece algo que Valerie não previu: seu namorado surta, e acaba com a vida de boa parte das pessoas pertencentes da lista e suicida-se, tornando Val a principal suspeita viva da chacina que matou (obvio) e deixou vários de seus ''colegas'' gravemente feridos. 

Em meio a todo o caos cometido por Nick, Val acaba sendo atingida pelas balas disparadas pelo namorado ao tentar salvar uma colega, ou tentar salvar o colégio. 

Como se não bastasse ser acusada por 99% do colégio, perder seu namorado, levar um tiro, perder a confiança dos amigos, as acusações surgem também em casa, onde Valerie achava que encontraria apoio. Perdida emocionalmente, ela encontra (ou tenta encontrar) apoio em um dos personagens mais legais e cativantes de todos os tempos: seu psiquiatra. Doutor Hieler além de ser carismático e engraçado, foi o único (ao menos no início) que acreditou em Val, e isso (a injustiça) deixa o leitor com muita raiva!

''Escondia a raiva que crescia dentro de mim. Raiva dos meus pais por não me apoiarem. Raiva do Nick por estar morto. Raiva das pessoas da escola que atormentavam Nick. Raiva de mim mesma por não perceber que aquilo iria acontecer. Aprendi a conter a raiva, a força-la para o fundo da minha cabeça, esperando que ela dissolvesse e desaparecesse. Aprendi a fingir que a raiva já tinha passado.'' Pág. 116

Jennifer narra através do ponto de vista de Valerie, jogando flashbacks no decorrer da narrativa, fazendo com que ele (o livro) não entre em uma linha temporal, mas esse modo inteligente de escrever foi a peça chave para inserir o leitor, cativar e convencer o leitor para esse apelo em forma de romance. 

É um livro muito forte por tratar de temas muito fortes. Os personagens principais tem uma queda pelo mórbido e a morte ou o suicídio é bastante discutido, o que é um tema bastante peculiar ao ser falado (ou passado, no caso de um livro) para o público jovem, onde a presença de pensamentos suicidas e depressivos são bem marcantes e acentuado. É preciso saber falar. 

''Mas, então, eu chegava em casa, ia para a cama e começava a pensar naquilo. Sobre o lance do suicídio. Eu estava segura? Será que houve mesmo um tempo em que eu poderia ter me suicidado e nem sabia disso? E eu passava cerca de uma hora, meu quarto ficando escuro, pensando em que diabos tinha acontecido para me tornar tão incerta sobre até mesmo quem era eu. Porque ''quem é você'' deve ser a pergunta mais fácil de ser respondida, certo? Mas, para mim, há muito tempo não estava sendo fácil responder. Talvez nunca tenha sido.'' Pág. 29

Achei bastante parecido com o que é proposto em ''Precisamos Falar Sobre o Kevin'' (Igualmente bom) da autora Lionel Shriver, sendo que a linguagem de Lionel é bem mais adulta. Digamos que ''A Lista Negra'' seja uma versão jovem. São muitas semelhanças: o efeito cronológico, a chacina no colégio, a indagação de o que levou a chegar nesse ponto, sendo que as estórias são completamente diferentes. Enquanto em uma a autora fala sobre superação, o outro fala sobre culpa.

Se você leu até aqui já deve saber que eu recomendo demais a leitura. Acho que as escolas deveriam adotar esse livro para a grade curricular. Melhoraria a dinâmica professor/aluno, problemas de casa poderiam ser melhor debatidos para um melhor desempenho no colégio e o respeito entre as pessoas se tornaria palpável.
5 estrelas gigantes para um livro repleto de emoções.

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2 comentários:

  1. ainda mais curiosa agora para ler

    parabéns pela resenha
    bjos

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  2. Eu fiquei muito curiosa para ler depois de uma resenha dessas.
    Ana.
    http://umlivroenadamais.blogspot.com.br/

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