quarta-feira, 5 de junho de 2013

Resenha: Para Sempre Ana - Sergio Carmach


Sinopse: Na mística Três Luzes, o leitor percorre inicialmente três momentos afastados no tempo, onde três homens, de três gerações da família Rigotti, experimentam situações-limite pela influência de uma mesma mulher: Ana. A partir daí, a narrativa o leva a uma instigante viagem, nem sempre linear, entre meados do século XX e o início do XXI, na qual os dramas, o passado, o verdadeiro caráter e os segredos de cada personagem são pouco a pouco desnudados. A trama é conduzida pela busca de Ana e pela busca por Ana, forasteira misteriosa que abala os triluzianos e cuja trajetória se funde à dos demais em uma história carregada de luzes e sombras. A busca de Ana arrebata as emoções; a busca por Ana arrebata os sentidos. E ambas surpreendem. Sempre que tudo parece esclarecido, detalhes antes considerados sem importância provocam uma reviravolta geral na história. Até o último capítulo. Descubra se os mais atordoantes segredos de Três Luzes estão mesmo nos céus ou no fundo da alma de seus moradores.
A busca pela verdade nunca foi tão interessante e intrigante!  

Em um livro recheado de descobertas, ciumes, relacionamentos familiares, tristeza e com um tom sobrenatural é que Sérgio nos apresenta personagens tão diferentes que nos fazem ficar envolvidos em todo o enredo. O livro é divido em partes, que por mais que tenham um foco diferente, são interligadas por algo. É difícil você não se perguntar: até onde iríamos para conseguir o que queremos?

Conhecemos Ana que digamos ser a peça chave do livro. Confesso que durante a leitura mudei minha opinião sobre ela umas 20 vezes. Não sabemos se ela é a mocinha ou vilã. Inocente ou aquela que está por trás de tudo. 

Carlos vivia de maneira bastante liberal. Tinha um relacionamento estável com Cris, até em uma festa que todos só queriam se divertir, aparece Ana jogando uma tonelada de responsabilidades nos ombros de Carlos e de sua família, e para o garoto que só queria curtir, chegou a hora de arcar com as consequências. 

Ana insiste em dizer que Carlos é pai de seu filho recém nascido, não engolindo tão fácil a conversa da garota, é exigido um teste de DNA que prove o que Ana alega. A partir daí o autor constrói um enredo onde passamos diversas gerações em busca do pai do filho de Ana. É ai que surge a pergunta x: quem é Ana? 

''Não é difícil perceber que os escravos das paixões são vitimados pelo egoísmo dos próprios desejos.''

Contada por diversos pontos de vistas em diversos períodos, Sérgio constrói uma narrativa inteligente e fluente. Vi realmente personagens bastante humanos no livro. Humanos que se apaixonam, que sentem ciúmes, que agem antes de pensar, que são egoístas, que acham que o mundo gira ao seu redor. 

O livro tem como cenário o vilarejo de Três Luzes, que desde sempre acontecem coisas (ou dizem acontecer) estranhas e perturbadoras. Aparecimentos de Óvnis e coisas do tipo. Afinal, o ambiente influencia a personagem? É possível o ambiente mudar nossa maneira de pensar? 

A vida da família Rigotti dá uma guinada e o autor consegue nos fazer pensar em como nossa vida pode mudar somente pela modificação de alguns detalhes... sempre pensei isso, e confesso que demorei mais para ler o livro porque os relacionamentos existentes nos faz tirar os olhos do papel e olhar para o espelho. Até onde vamos quando temos um mantra? Creio que para conseguir o que queremos, podemos fazer o impossível ser possível. Isso é muitas vezes perigoso, certo? 

''Aprendi desde cedo como é triste o destino dos escravos das paixões. Em meu passado, eu os vi causar sucessivas tragédias.''

Fico sempre muito feliz quando encontro um livro nacional de tal magnitude. Não falo isso por o livro ter uma estória bem construída e por ser cheio de reviravoltas. Falo isso pelo modo como percebemos que foi construído. Não sei se conseguirei em algum momento deste comentário mostrar o quanto minha visão sobre a análise de pessoas mudou durante e após a leitura do livro. E acho que por isso considero um livro tão bom. É um texto fácil de ser lido, fluente. Não encontrei erros durante a narrativa, mas por estar tão conectado aos personagens creio que eles poderiam me passar facilmente despercebidos. O livro atravessa décadas e só chegamos ao seu fim no ano de 2011. Ficou curioso? Então não perca tempo e encare Ana neste 5 estrelas.

Adicione a sua estante: Skoob 

2 comentários:

  1. Oi Allison!

    O livro me pareceu interessante, gosto muito de livros que nos fazem parar para pensar nas nossas próprias vidas. Gostei bastante da sua resenha.

    Beijos,
    Carol - Hors Concours
    http://hconcours.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Só pela sinopse já me interessou bastante. Pretendo adquiri-lo um dia. Abraços ao colega escritor.

    ResponderExcluir