sexta-feira, 21 de junho de 2013

Resenha: Presas - Marco de Moraes


Sinopse: A vida de um homem tem um novo início a partir da abertura dos seus olhos em plena cegueira que perdura por longos caminhos em que sua visão nada alcançava além de obviedades presas por suas limitações ante o desespero da perda de tudo: de tempo, de lugar, de nome. A luta do personagem, narrador deste livro, se dará pelo decorrer da sua busca pelo que emerge em pedaços de recordações, mistura de pesadelos e a sua realidade enfadonha, carregada de fardos que parecem não ter fim. Os dias de luz se foram; os filhos da noite se manifestaram e dominaram todos os cantos das noites profundas que perduram até a última gota de sangue maldita ser derramada.

''Onde me sentiria mais seguro: na escuridão do mundo no qual mal enxergo ou na escuridão da minha alma?'' - Pág. 11 

Imagina como seria estranho você estar perdido, sem memória e sem nenhuma condição financeira em uma terra onde os maus tratos, o desrespeito, e o egoísmo são coisas comuns? Não daria certo, não é?
É assim que ''Presas'' começa e confesso que achei bastante perturbador só de imaginar a situação.

Esse rapaz (vou chamá-lo assim, pois o protagonista não lembra do próprio nome até certo ponto) acorda em uma espécie de bosque, sujo e com suas roupas ragadas sem nem ao menos saber o que aconteceu. Ele acaba pegando carona para tentar chegar ao que considera civilização com pessoas bastante mal humoradas e não parecendo querer ajudar em nenhum momento.

Ele tem em mente que precisa encontrar o Rei. É então que entra em uma caminhada de tropeços e acontecimentos sombrios juntamente com um mercenário que oferece ajuda em troca de algo valioso. Não sei se a sinopse ou o título entrega alguma coisa, mas eu como leitor gostei de descobrir do que realmente se trata o livro durante a leitura.

Para chegar ao castelo do rei, uma série de obstáculos são apresentados para garantir a segurança dos moradores do castelo. Só vamos destrinchar todos os segredos que rondam a vida do andarilho quando este consegue entrar no castelo.

Durante a narrativa, o personagem principal é acometido de inúmeros pesadelos com descrições perturbadoras (acho que estou usando demais essa palavra, rs), e o autor consegue nos passar as sensações com uma escrita bastante poética.

''Gritar não adiantava. A cada grito meu o tempo escurecia mais, o gramado se mexia mais, as nuvens se irritavam mais e os cortes luminosos no céu eram lâminas, trovões rápidos tais quais se poderia imaginar.'' Pag. 100

Vou confessar que foi difícil me acostumar com a narrativa no começo. Mas com o tempo, vão acontecendo várias coisas na estória, e eu mal senti as páginas passarem, chegando no final rapidinho, e tenho que contar: que final surpreendente! Sério, eu imaginei várias coisas sobre o que o autor iria fazer para finalizar, mas como acabou foi uma coisa que eu não previa e me surpreendi bastante! O final é com certeza o ponto alto do livro. É um livro com um tom sombrio, de mistério e não pegue ele esperando encontrar algo romântico. O clima do livro é bastante diferente do que eu estou acostumado a ler, mas me fez bem sair um pouco da zona de conforto. Experimentem a leitura! Vale a pena! 3 estrelas.

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Um comentário:

  1. Parece uma leitura bem intrigante mesmo, já fico agoniada pelo personagem só lendo a sua resenha, ao me imaginar nessa situação.

    Ótima resenha!

    Beijos,
    Carol - http://hconcours.blogspot.com.br/

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