sábado, 5 de janeiro de 2013

Resenha: Ame o que é seu - Emily Giffin

  

Sinopse: O casamento de Ellen e Andy não parece perfeito - ele é perfeito. São inegáveis a profundidade da devoção mútua e o quanto um desperta o melhor do outro. Mas por obra do destino, certa tarde, Ellen revê Leo pela primeira vez em oito anos. Leo, aquele que partiu seu coração sem se explicar, aquele que ela não conseguiu esquecer. Quando o reaparecimento dele desperta sentimentos há muito adormecidos, Ellen se põe a questionar se sua vida atual é de fato como ela queria que fosse. 

Ainda me surpreendo por me surpreender em como Emily Giffin consegue captar  os sentimentos e emoções humanos na essência. Ela nos faz apaixonar pelos personagens, odiar alguns ou escolher destinos alternativos para ambos. Mas sempre nos envolve, não deixando o livro algo superficial. Neste livro, ela nos mostra Ellen, uma mulher que luta sempre pelo bem estar da família e de seus amigos, muitas vezes esquecendo de cuidar de si mesma. Cuidando sempre de seu marido, que muitas vezes age de modo infantil e/ou não levando os sentimentos a sério.

   ''Eu viro minha cabeça e olho para ele, reparando na barba sexy que começa a despontar ao longo da mandíbula, as orelhas que parecem crescer quando ele usa boné, os lindos olhos azuis - um par perfeito para a camisa polo com listras azuladas. Eu me sento espremida ao seu lado no sofá, sem deixar espaço entre nós. Nossas coxas se tocando. Eu deito a cabeça no peito dele, e enlaço nossos braços. Então fecho os olhos e digo a mim mesma para deixar de ser tão irritante. Não é justo ficar julgando o Andy - especialmente quando ele não faz a menor ideia de que está sendo julgado. Eu continuo vários minutos naquela posição confortável, ouvindo os comentaristas falando de vez em quando, e a salva de palmas do público respeitoso, que permanece em silêncio a maior parte do tempo, e fico repetindo sem parar, para mim mesma, que eu sou feliz.
   Mas alguns minutos depois, não consigo conter a minha indignação quando algo dá errado com o TIger, e Andy levanta do sofá como um tiro, gesticulando e falando para a televisão, dando mais estímulo ao estranho do que ele deu a mim por semanas - pág 240'' 

Porém, Ellen reascende uma antiga paixão (ou um antigo amor?) quando Léo esbarra nela no meio de uma avenida Nova-Iorquina, e faz ela duvidar de que está tendo uma vida feliz ao lado de seu atual marido, ou se tivesse levado sua relação com Léo em frente, ela estaria mais feliz, ou pelo menos em uma situação mais favorável aos seus sentimentos.. é esse encontro que desencadeia todo o drama que faz do livro algo tão pessoal, tão humano...

    ''Então, em vez de dormir, eu tento o celular do Andy, esperando ouvir a mensagem alegre na caixa postal, como aquela buzina de táxi, velha conhecida, ao fundo. ''Não vá mudar a sua mensagem'', eu tinha dito recentemente a ele, sem saber se eu tentava preservar o tom alegre dele ou o som inebriante de Nova York. Seja como for, no momento ele não atende - e nem nas três vezes seguidas em que aperto o rediscar. É óbvio que ele não quer falar comigo, e como não sei o que dizer a ele, eu não deixo nenhuma mensagem. Eu decido não ligar para a cada da Margot, que é para onde ele vai acabar indo. Deixo que eles se juntem contra mim. Deixo que convidem a Dona Stella também, e abram uma boa garrafa de vinho e fiquem destilando a superioridade deles. Deixo eles cuidarem da vida deles, enquanto eu cuido da minha. Eu fico com o olhar perdido no escuro, sentindo solidão, mas feliz por estar sozinha. - pág 268'' 

Em meio aos dramas, não deixamos de nos apaixonar pelo triângulo amoroso do livro. Me apaixonei por Ellen desde o começo e apesar de ter o casal preferido na história, o final foi bastante surpreendente e agradável. Vale a pena ler!

   ''Eu sorrio para o meu telefone, apesar do meu humor - que, se não é de todo mal, também não está para sorrisos. Então eu coloco os fones de ouvido, ligo o meu iPod e escuto o Ryan Adams cantando uma das minhas músicas favoritas, que tem o poder de ora me deixar muito feliz, ora me deixar muito triste, dependendo. No momento, eu estou sentido as duas coisas. E, enquanto presto atenção na letra, eu me admiro do quanto essas duas emoções são paralelas. pág 272,273'' 

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