quarta-feira, 15 de maio de 2013

Resenha: O Eterno Barnes - Salustiano Luiz de Souza


Sinopse: Doutor Barnes, um famoso neurocirurgião, começa a desenvolver na Universidade onde trabalha uma pesquisa científica tentando transformar os dados do cérebro em arquivos de dados, codificando-os de modo que possam ser copiados. Com o avanço da pesquisa, acaba conseguindo copiar para o computador todos os dados de memória que formam o ser humano, como suas experiências, suas emoções, suas recordações, enfim, sua vida. Deslumbrado com a descoberta, começa a perceber que estes arquivos possuem uma estrutura totalmente diferente e uma sinfonia divina, e começa a ficar obcecado pela ideia de que seja possível copiar cérebros de um paciente para outro. Ao contrário do que deveria ocorrer, Barnes, cada vez mais, esconde suas pesquisas, pois seu objetivo passa a ser implantar seu próprio cérebro em outro paciente, mais jovem e sadio, pois está acometido de uma séria doença. Busca, desta forma, alcançar a tão almejada eternidade. Para isto, não mede as consequências de seus atos, que passam a ser justificados pela ambição que lhe domina. Conseguirá Barnes o seu intento?

Aqui o desespero e a ganância de poder se encontram tão natural quanto o encontro do sol com o mar. 


Um livro classificado como ficção científica, mas que poderíamos muito bem defini-lo como policial. A escrita de Salustiano chamou minha intenção desde as primeiras folhas. Com uma essência filosófica, ele constrói personagens humanos e complexos dentro de uma universidade onde a hierarquia é palpável. 

Tudo começa por e giram em torno de Barnes, um famoso neurocirurgião com uma doença crônica que enxerga um futuro de possibilidades de crescer em seu trabalho, mas vê o fio da sua vida prestes a ser cortado devido a doença. 

''Este invólucro chamado corpo, este espectro que encerra dentro de si uma centelha chamada vida, é um mero joguete quando nos falta a vitalidade. E passa a ser depositado onde os outros querem.'' Pág. 16
Estudando profundamente a mente, Barnes descobre como armazenar a essência cerebral em dispositivos eletrônicos, no caso um computador. O que Barnes achava que seria a solução de seus problemas, acabou virando seu tormento, pois por não ter domínio de informática, ele acaba tendo que pedir ajuda a James que ao descobrir a grandiosidade do que Barnes descobriu, encontra nisso um meio de subir na vida e alcançar o sucesso tão desejado. 

''Meu sorriso, minha voz, meus pensamentos, meu eu, tudo em mim é único. E esta singularidade a morte ceifa e se acaba para todo o sempre. Mas agora isto acabaria. Pelo menos para si. Detinha a chave da eternidade. Perpetuar-se-ia no tempo não com um mero perpassar de genes, mas como um eu absoluto. Terrível e assustador. Poderoso e perigoso.'' Pág. 61
Achei a temática muito inovadora (pelo menos para mim, foi) e as partes finais do livro, lembram um YA muito famoso que eu não vou falar pois estragaria a surpresa. Adoro livros que tenham um certo foco na medicina e ''O Eterno Barnes'' mostra partes bastante realistas sobre uma rotina em hospitais e ele não deixou a desejar. A obsessão por juventude e eternidade nos faz cometer loucuras.  

No decorrer da trama, Salustiano disserta sobre vários assuntos: religião, medicina, fé, morte/vida, trabalho, amizade... O autor constrói um médico admirado e respeitado por todos mas atormentado e louco por dentro. A narrativa é tão instigante, que o livro de 240 páginas foi lido por mim muito rápido, é uma leitura super válida! Como disse no inicio, o livro poderia muito bem ser considerado um policial. É cheio de investigações, pois os personagens parecem desconhecer a ética profissional e a inteligência que lhes é dada é usada de uma maneira não muito correta se formos olhar através de uma sociedade certinha. Recomendo demais! 5 estrelas

''E será que estamos aqui? Ou o aqui é apenas uma projeção de nossa mente. Talvez o feto não imagine que haja vida aqui fora, pois a vida para ele se resume tão somente à ligação com o cordão umbilical. Talvez por isso tenhamos tanta dúvida se existe vida depois desta. Até porque nosso cordão de prata, que nos liga ao corpo astral, seque é visível, e a grande maioria acredita que seja mera ficção.'' Pág. 115 
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